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O futuro da mídia é paywall?

A CNN começou a implementar sua nova estratégia infalível para financiar o jornalismo sério e de qualidade: pedir seu dinheiro descaradamente.

Primeiro eram os anúncios. Cansei de ver site por aí com 3 ou mais janelinhas daquela “Tiago Leifert caiu de um avião e faleceu junto com toda sua família”. Tirando a parte do clickbait agressivo, ok, os sites fazem seu lucro daí, encharcando nossos olhos de anúncios. Mas nem todo mundo consegue sustentar seu conteúdo com esse tipo de sistema.

É uma luta constante nessa nova era da informação essa de procurar o modelo certo de financiamento. A moda da vez são as newsletters pagas. O Substack (antigo provedor deste mesmo autor que vos fala - agora hospedado no Beehiiv) já está superlotado de veículos pessoais dos mais famosos jornalistas, cobrando seus 5 dólares por mês por 800 palavras por semana.

Mas pros grandes, como a CNN, a história é outra. O site da CNN é o mais acessado no quesito notícias dentro dos Estados Unidos. É frequentemente visitado por seu mix com vídeo + texto. E a partir de 01 de outubro, a CNN agora aplica um paywall em todo seu conteúdo digital, cobrando 3 dólares por mês para o acesso completo.

A notícia vem em meio a uma renovação da marca encomendada por David Zaslav e o novo chefão da emissora: Mark Thompson. Desde sua estreia como CEO em outubro de 2023, Thompson prometeu fazer uma transição bem-sucedida do modelo linear para o digital. Só agora estamos vendo um pouco dessa estratégia, que em breve ganhará ainda mais capítulos (com a ampliação do TikTok da CNN e do streaming).

A maioria dos internautas em plataformas como Threads e Twitter expressaram seu descontentamento com o bloqueio das noticias da CNN.

Muitos se questionam agora se o futuro do jornalismo digital é esse. Aqui no Brasil, plataformas como o UOL já fazem isso com posts selecionados. Somente o g1 ainda não se aventurou nesse caminho, creio eu porque outros cabos do conglomerado financiam tranquilamente a redação do site.

Seja para jornalistas menores (as newsletters micro-e-pequenas), seja para grandes empresas do ramo, o negócio agora é estratégia direta para o consumidor. Veremos quanto tempo isso dura.

Por hoje é só. Notaram que mudei do Substack pro Beehiiv né? É pro melhor. As capacidades de design daqui são infinitamente melhores. Com o tempo vou acertando tudo! Abraços do Fabinho!